quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pela ótima empregabilidade

20/03/2009 - Gestão de Pessoas - Robert Wong

Antes de qualquer coisa, posso afirmar que não existe o "emprego perfeito", mas, sim, o mais adequado ou "ótimo" para você.

Algumas pessoas consideram que ótimo emprego é o que proporciona os maiores ganhos financeiros ou materiais, status, poder, exposição ou crescimento profissional. Nada poderia estar mais distante da verdade. Um ótimo emprego, na minha definição, inclui os seguintes pontos, ou a maioria deles. Pense nisso quando avaliar o emprego que deseja ou o que já possui:

1. Utiliza suas reais competências, baseadas no auto-conhecimento.

2. Possibilita sua evolução, aprendizado e crescimento como um todo.

3. Faz você se sentir realizado profissionalmente e o aproxima cada vez mais da sua vocação (palavra que vem do latim vocare, que significa "chamado" ou "voz interna") e da sua missão.

4. Eleva sua autoestima, os sentimentos ou sensações positivas de bem-estar e lhe permite executar seu trabalho com equilíbrio.

5. Proporciona um ambiente de trabalho onde reina o coleguismo e teamwork, mas que respeita e admite a expressão das suas características próprias e do seu talento.

6. Oferece compensação, como salários, benefícios, bonus e outras formas de reconhecimento, baseada em meritocracia, senso de justiça e transparência.

7. Tem um job content, ou descrição do trabalho, que potencializa e otimiza suas qualificações, competências, aptidões, dons e talentos.

8. Apresenta dentro da empresa uma cultura adequada e compatível com os seus valores, crenças e identidade social.

9. Possibilita a você ter "química" com o seu chefe, ou pelo menos identificação ou compatibilidade de personalidades, mas, principalmente, respeito mútuo.

10. Acredita que a felicidade ajuda a trazer resultados, em vez de o resultado trazer a felicidade.

11. Permite a você a sensação de "pular da cama toda manhã" e saia de casa para trabalhar integralmente como indivíduo, que significa um ser "não-divisível", com o seu corpo, mente e alma juntos.

12. Confere-lhe condições para você ser uma pessoa mais proativa do que reativa.

Embora muitos de nós estejamos cientes, de um modo ou de outro, desses pontos, posso afirmar que a maioria dos empregos é obtida de uma forma reativa, não necessariamente tendo esses critérios como fatores de escolha. Ao analisar qualquer currículo, posso facilmente verificar que a maioria dos empregos citados foram obtidos por meio de anúncio de jornal, por indicação de um amigo, convite de um ex-chefe ou via headhunter. Em outras palavras, uma oportunidade foi apresentada, provocando uma reação do candidato. Se reagiu, é reativo. É muito raro alguém proativamente ir atrás do emprego que melhor condiz com suas habilidades, momento e vocação. Quantas pessoas você conhece que escolheram efetivamente a empresa, a posição, o chefe e a remuneração de forma proativa? Essa é a diferença entre ir atrás do emprego (reativo) e ir atrás da sua empregabilidade (proativo). Empregabilidade significa você investir nas habilidades, competências e qualidades que você tem, aperfeiçoando-as, a fim de melhorar suas condições de competitividade na hora de procurar um novo emprego ou de crescer no seu atual. É um investimento em você mesmo - técnica, comportamental, visual, intelectual, cultural e pessoalmente - para apresentar-se da melhor forma possível. Em outras palavras, é você proativamente mostrar ao mercado, ou ao seu atual superior, o que você tem de melhor para oferecer. Foque mais a empregabilidade do que o emprego!

Seja proativo, pois isso vai fazer uma imensa diferença!

Gestão de pessoas

14/04/2009 - Gestão de Pessoas - Robert Wong
É tempo de atitude
Crise é transformação. Encare-a como um desafio e, com atitude proativa, abra oportunidade para o novo.

É fato que estamos vivenciando um momento de crise. Não se ouve falar e não se vive outra coisa. No entanto, a crise pode ser devastadora se vista como um problema. Contamina o dia-a-dia, o pensamento, a esperança, a atitude das pessoas nelas envolvidas. E, por fim, a realidade que está sendo criada a cada instante. Mas, então, como encarar esse momento?

Vejamos. Até pouco tempo vivíamos um clima de euforia, com bolsas em alta, consumo desenfreado e capital abundante. Era de se esperar que as coisas fossem dar uma reviravolta, pois o pêndulo chegou ao seu ponto mais alto, natural e esperado que ele fosse retornar para o outro extremo. Em um movimento natural pela procura do próprio equilíbrio.

A natureza nos ensina esta valiosa lição, pois ela sempre anseia o estado de equilíbrio. Então, não será este um momento de transformação para a busca do equilíbrio? Não será isso um desafio para buscarmos novas oportunidades e criarmos uma nova realidade?

A diferença está na atitude. Atitude é a reação ou postura que adotamos frente aos acontecimentos ou situações. Se enfrentarmos os desafios de maneira negativa, criaremos um problema real. Problemas são resultados de desafios em que assumimos uma postura reativa e não proativa. Caso você encare o desafio com atitude positiva, você cria uma oportunidade.

Os desafios, em sua maioria, fogem ao nosso controle. No entanto, a atitude está sob o nosso controle. Há um ditado que diz o seguinte: “Existe uma pequena diferença entre as pessoas, mas essa pequena diferença faz uma grande diferença. A pequena diferença chama-se atitude. A grande diferença é se ela é negativa ou positiva!”

Como a saúde, a qual só damos valor geralmente quando a perdemos. Zele, invista e valorize o seu emprego – enquanto você o tem. É sempre bom relembrar que a melhor época para cuidar da sua salubridade é quando você está com saúde.

Igualmente, a melhor época de cuidar da sua empregabilidade é quando você tem um emprego. Inclusive há uma diferença imensa entre emprego e empregabilidade, pois procurar emprego é você reagir perante o que o mercado tem de melhor para lhe oferecer, enquanto que trabalhar a sua empregabilidade é você investir em si próprio e assim mostrar ao mercado o que você tem de melhor para oferecer. Você passa de uma postura reativa para uma postura proativa. Que diferença!

Encare o momento como um desafio. É tempo de atitude. Aproveite este período de para investir em si próprio, retomar seus contatos e trabalhar o seu autoconhecimento que vai gerar a autoconfiança, a característica mais essencial para o sucesso. Tenha atitude proativa e dê o melhor de si, realizando todo seu potencial e criando oportunidade para o novo.

Por Robert Wong (autor dos livros “O Sucesso Está no Equilíbrio” e “Super Dicas para Conquistar um Ótimo Emprego” e um dos palestrantes mais inspiradores e requisitados do mercado)
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Magia da Gestão

20/03/2009 - Magia da Gestão - Carlos Alberto Júlio
Porque a teoria, na prática, funciona
Por que não repetir os modelos de sucesso em vez de tentar reinventá-los?
A tentação de reinventar a roda é sempre muito grande. Quem não quer deixar sua marca na organização com novos produtos, processos ou estratégias? É evidente que as boas inovações geram lucros expressivos. Afinal, tendemos a pagar mais pelo novo, pelo inusitado e pelo exclusivo. Aliás, vale definir o que é inovação. Trata-se de um produto ou serviço cujo valor no mercado excede seu valor intrínseco. Isso quer dizer que o cliente aceita pagar um prêmio pela novidade. Portanto, a inovação valerá, se puder seduzir seu público-alvo. Nem só de inovações, entretanto, vive o mundo dos negócios. A continuidade, o volume e a escala ainda são fatores determinantes da competitividade. Eis aí a questão: inovar muito, inovar pouco ou não inovar? Neste meu primeiro artigo da coluna Magia da Gestão, do Portal HSM Online, inicio uma reflexão sobre o mundo dos negócios. Há quem valorize preferencialmente a prática, isto é, a ação transformadora, a operação e a obtenção de resultados. Normalmente, esta é a visão predominante das pessoas corajosas, capazes e empreendedoras. Excelente! Se todos os empresários brasileiros seguissem esse paradigma de conduta, aceleraríamos ainda mais rumo ao desenvolvimento. No entanto, essa energia realizadora frequentemente é desperdiçada pela falta de conhecimento da teoria, seja no start-up empreendedor, no estabelecimento de uma política de recursos humanos, na administração financeira, no sistema de vendas e distribuição, no marketing ou na comunicação com fornecedores e clientes. O conhecimento da teoria e de suas aplicações auxilia tremendamente as decisões do dia-a-dia. Reduz a taxa de erros, enquanto eleva a de acertos. Dessa maneira, encontramos uma chave para o problema. Inovar é necessário, sim, sempre. Mas a inovação inteligente depende de uma consulta aos casos de sucesso e aos saberes cientificamente organizados, isto é, à teoria. A inovação pode constituir-se, por vezes, no simples aprimoramento de algo já existente. Os produtos da revolução digital são exemplo inequívoco dessa tendência. Mágica ou magia? A ciência da administração não tem mais do que cem anos. Ainda que jovem, é abrangente o bastante para apontar os caminhos e práticas que garantem lucratividade e longevidade às empresas. Estudar suas ferramentas teóricas permite ao gestor prever problemas, detectar oportunidades, inovar, andar mais rápido e crescer. No mundo da gestão, não há mágica, mas há magia. Não é um ambiente de truques. Mas é encantador liderar pessoas, criar valor e aperfeiçoar a sociedade por meio da oferta de melhores produtos e serviços. Nas próximas semanas, nesta coluna, mostraremos que a administração dos negócios nunca será uma ciência exata. Ao contrário, hoje sabemos que gerir é uma tarefa contingencial: não há regras fixas, nem soluções únicas para cada problema. Assim, conhecer os erros e acertos do passado, de grandes e pequenas companhias, de empresários fracassados ou vitoriosos, é fundamental para quem precisa decidir com segurança. Como ensina Peter Senge, criador do conceito de Learning Organization, o processo permanente de aprendizado nas companhias exige atenção aos ventos da transformação, diálogo e pensar compartilhado, ou seja, a reflexão sobre a teoria demanda a iniciativa e o entusiasmo de gestores e também de seus grupos de trabalho. De modo cooperativo, as mentes podem converter a teoria em ferramenta sempre atualizada, moldável à solução de problemas ou ao aproveitamento de oportunidades. O compromisso de Magia da Gestão será mostrar que a teoria, na prática, funciona, desde que você a conheça e saiba utilizá-la como guia para a ação transformadora. Vamos experimentar? *Carlos Alberto Júlio é presidente da Tecnisa e membro dos conselhos da HSM e da Camil Alimentos; julio@carlosjulio.com.br.

A arte de planejar

Organizar tarefas é um dos segredos da excelência na gestão do tempo. Contudo, as demandas variam de acordo com os prazos. Descubra quais são os tipos de planejamento ideal para cada necessidade e aprenda como colocá-los em prática

Daniel Junqueira/MBPress
Uma boa forma de controlar o tempo no ambiente de trabalho é fazendo um bom planejamento. Organizar as tarefas, tanto diárias quanto semanais, além das metas mensais e anuais, pode ajudar a economizar horas e contribui para alcançar os objetivos traçados ao longo dos períodos.

Em seu livro “A Tríade do Tempo”, o consultor Christian Barbosa sugere que o planejamento comece pelo plano de longo prazo, passe pelo médio e termine no curto prazo. "A cada período, o nível de detalhamento é mais específico e subordinado às definições anteriores", explica. "É como se fosse um funil: todas as necessidades são colocadas pelo bocal e saem, pela outra ponta, com um foco definido.”

Na opinião do diretor executivo do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual (Insadi), de São Paulo, Dieter Kelber, todo bom planejamento deve ser feito de acordo com as metas a serem atingidas. "Se eu tenho de vender cinco trabalhos de consultoria em um mês, devo planejar uma agenda para isso", exemplifica. “Contudo, para eu ter planejamento do tempo, preciso organizar as minhas atividades.”

De fato, o segredo está justamente no planejar. Para tanto, o fator tempo é primordial para que tudo saia conforme o previsto. Demandas e prazos devem ser cuidadosamente analisados.

Apesar de menos comentado nas metodologias de gestão do tempo, o planejamento anual é de suma importância. Isso porque ele direciona a organização e facilita as tarefas de curto prazo. Para elaborá-lo, a dica é reservar uma ou duas horas do dia. Revisá-lo ao menos uma vez no ano também é fundamental.

Já o planejamento do tipo mensal, para apresentar resultados efetivos, deve ser feito em dois passos: primeiramente, com a revisão do mês anterior, quando tudo o que foi feito nos últimos 30 dias deve ser avaliado e o que ficou pendente ou inacabado deve ser colocado no mês que se inicia; por fim, com a revisão das metas conectadas, das quais são selecionadas algumas das previstas para decorrer do ano.

Por mais estranho que soe à primeira vista, o planejamento diário não tem a importância que parece ter. “Esse modelo é extremamente reativo e propício ao aparecimento de urgências e circunstâncias ao longo do dia. Além disso, é bem provável que nenhum compromisso ou tarefa realmente importante tenha sido incluída nessa lista”, avalia Christian Barbosa.

No lugar do diário, o especialista sugere destaque ao planejamento semanal. Segundo ele, esse é o mais importante de todos. "De nada adianta ter um belo plano anual ou mensal sem que as ações sejam postas em prática no presente”, diz. “O planejamento semanal é uma forma de economizar horas do seu dia-a-dia e uma das ferramentas mais poderosas na administração pessoal.”

Para Dieter Kelber, executivo do Insadi, a hierarquia no ambiente corporativo também influencia na elaboração dos tipos de planejamento. "Quanto maior o meu posto, mais atividades eu tenho e mais complexas elas são. Assim, meu planejamento tem de ser preciso, e meu tempo fica cada vez mais escasso", conclui.

Comunique-se bem e ganhe tempo

Falhas na comunicação interna de uma empresa, seja ela pequena, média ou grande, pode afetar funcionários e abalar resultados. Faça a informação fluir e vença o duelo contra o relógio em prol da produtividade

Talita Boros/MBPress

Dentro de uma corporação, muitas das informações geradas na diretoria não são transmitidas de forma eficaz para o restante dos colaboradores. Com intenção ou não, a maior parte dessas notícias gera impacto direto na vida dos funcionários. Quando não são divulgadas de forma adequada, tais informações podem até causar transtornos.

A perda de tempo para reverter situações críticas, provenientes de um boato criado dentro de uma organização, pode comprometer a produtividade e gerar conflitos. Uma boa saída – ou a única – para evitar esse tipo de problema é investir em comunicação interna.

Composta por processos de troca de informações dentro de um ambiente de trabalho, essa prática é responsável por fazer circular o conhecimento de forma vertical (da diretoria para os empregados) ou horizontal (entre funcionários do mesmo nível de subordinação).

Existem diversos instrumentos que favorecem o êxito da circulação das notícias dentro de uma empresa. Publicações impressas (jornais, revistas e boletins), jornal mural, intranet e newsletters são alguns exemplos. Aliados a um bom planejamento empresarial, eles são verdadeiras ferramentas estratégicas para aumentar a confiabilidade entre funcionários e líderes e auxiliar na otimização do tempo nas tomadas de decisões.

Segundo Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e diretor geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), atualmente, na sociedade do conhecimento, o funcionário é a própria audiência da empresa. “Neste quadro, para ser eficiente, a comunicação interna deve trabalhar informação selecionada, interpretar essa informação e, a partir da seleção e interpretação, gerar opinião qualificada”, aponta.

A comunicação interna tem grande importância para o bom andamento do trabalho nos diversos setores de uma empresa. Quanto mais informados acerca do cotidiano da corporação onde atuam estiverem os profissionais, mais eles estarão envolvidos com a missão da empresa e, conseqüentemente, a produtividade será cada vez maior. Assim como o aproveitamento do tempo, antes dispensado em conflitos gerados pela falta de informação.
Ana Carolina Martins Costa, coordenadora de Recursos Humanos e responsável pela comunicação interna da empresa curitibana Kabel, montadora de cabos elétricos, afirma que os funcionários abraçam muito mais a causa quando sabem a que fim ela se destina.
Outro fator importante a se considerar é a função da comunicação interna em capacitar funcionários para novos desafios. Com o mercado altamente competitivo, a globalização e as novas tecnologias, todos os colaboradores de uma organização têm de estar aptos a obter os melhores resultados no menor tempo possível. Seguindo essa tendência, a comunicação interna deixa de ser algo periférico para se tornar ferramenta imprescindível na relação da produtividade com o tempo. “A comunicação sempre foi um problema a ser trabalhado em grande parte das empresas, pois uma ação eficaz reduz esforços e aumenta a produtividade”, defende Ana Carolina. “Muito tempo se perde por não se ter uma informação ou se faz errado por não saber o que fazer. Portanto, a comunicação está diretamente ligada à produtividade e ao ganho de tempo.”
Por muitas vezes ignorarem a causa dos “ecos de comunicação”, provenientes da falta de informação adequada, muitas corporações acabam perdendo tempo e dinheiro tendo de investir em treinamentos, palestras e reuniões intermináveis a fim de abrandarem as conseqüências desses conflitos. Para o professor Nassar, da USP, investir em comunicação significa, entre outros benefícios, economia de tempo. “O único caminho para evitar o conflito é o diálogo. Empresas que não dialogam são empresas analfabetas de um mundo extremamente relacional”, conclui o especialista.

Você não tem tempo para nada?

Então ache um minuto para ler isto
Por Alessandra Fontana

Ponto de partida

Você esqueceu o aniversário do filho, o telefone não pára de tocar, sua secretária está lhe pedindo um documento e um cliente espera, há horas, sentado na sua frente. Seu dia precisava ter 72 horas? Então, seja bem-vindo ao imenso grupo dos que não sabem administrar o tempo.

Antonio Carlos Rodrigues de Moraes, autor do livro Combatendo o Inimigo - Aprenda a Evitar o Stress e Gerenciar seu Tempo (Editora Gente), recomenda: "Planeje seu dia, sua semana e encontre o momento exato para fazer as coisas". Parece o óbvio do óbvio, mas pouca gente sabe priorizar atividades. "Não dá para fazer tudo? Então elabore uma seleção e elimine o menos importante", aconselha Alvaro Esteves, autor de Uma Questão de Tempo (Editora Objetiva).

Uma das vilãs do desperdício de tempo é a procrastinação - o velho e mau hábito de empurrar tudo com a barriga. A equipe do Employer-Employee (www.employer-employee.com), que divulga idéias para empregadores e empregados na Internet, isolou alguns dos vírus da procrastinação. Veja se alguns destes sintomas lhe são familiares (e anote alguns antídotos que podem acabar com esse mal... a tempo).

Perfeccionista

A vontade de fazer um trabalho sempre excepcionalmente bem-feito é tamanha que ele perde o tempo em estudos e preparações e acaba fazendo tudo só na ultimíssima hora.

Antídoto:estabeleça dois prazos finais e use o espaço de tempo entre um e outro para dar "aquele" acabamento.

Fantasioso

Este é um sujeito sensacional para ter idéias, mas um fiasco na hora de concretizá-las. Pode funcionar ao lado de outros mais ativos, mas sozinho é um problema.



Antídoto: fale menos sobre suas idéias aos outros do que a si mesmo e antecipe o prazo de finalização, de maneira a usar esse tempo extra para tornar o trabalho ainda maior e mais criativo.

Medroso

Quando uma tarefa ou projeto pousa na mesa dele, o mundo cai. O medo de tomar o caminho errado ou de chocar alguém com sua decisão o transforma numa estátua paralítica.

Antídoto: use recursos simples de neurolingüística, como dizer a si mesmo "Vai, vai" diante da primeira e de todas as outras sensações de medo que sentir no trabalho.

Criador de crises

Ele só funciona no último minuto e sob pressão, quando o prazo está estourando e os colegas da equipe já estão arrancando os cabelos. Não move uma palha enquanto não ouvir o alarme. Pode até alcançar alguma genialidade, mesmo a 1 minuto do tempo regulamentar. Mas, a essa altura, já está precipitando todo mundo numa loucura que deveria ser só dele.

Antídoto: crie um plano pessoal de recompensas regado a adrenalina -comoaventuras de mountain biking ou rafting - para forçar-se a terminar tudo rápido e daí cair na estrada.

Raivoso

Mistura as obrigações do trabalho com os sentimentos que tem em relação a outras pessoas envolvidas no processo. Então, ou não faz o trabalho a tempo, ou faz, mas tudo errado, transbordando de raiva.

Antídoto: tente encontrar algo de muito recompensador no trabalho, foque nisso e, ao final, deixe claro a seus superiores que ficou bastante satisfeito enquanto o realizava.

Faz-tudo

Também conhecidíssimo, este pega várias coisas para fazer e depois, claro, não consegue dar conta de quase nada. A desculpa é sempre a mesma: "Não deu, sabe, estou meio atolado..."

Antídoto: priorize tarefas e aprenda a dizer não. Melhor ainda: N-Ã-O!

Caça-prazeres

O nome diz tudo. Ele não termina o trabalho porque acredita, francamente, que há outras coisas mais prazerosas para fazer. Entre escolher um enrosco daqueles e uma delícia logo ali, ele não titubeia, fica só na mamata.

Antídoto: troque o que você entende como "sofrimento" por "inconveniência temporária". Depois pense o quão satisfeito e feliz você vai ficar quando a tarefa estiver totalmente resolvida.

Os dez mandamentos do e-mail

Por Alessandra Fontana

Você liga o computador. Lá estão 183 mensagens endereçadas a você, sendo umas 60 urgentes. Não desanime. Para ajudá-lo a lidar com um correio eletrônico entupido - e também para que você não entupa os e-mail alheios - eis algumas dicas da revista Harvard Communications Update:



1. Separe, pelo título, o que é importante e delete o que é clara perda de tempo. Mas isso não significa chacinar mensagens. Coloque-se no lugar das pessoas. Se a falta de resposta for magoá-las, não delete


2. Separe e leia mais tarde as mensagens particulares



3. Há certas coisas que devem ser ditas em vez de escritas. Se o assunto for importante ou complicado, diga ao vivo



4. Às vezes, mensagens se perdem ou não se abrem. Não mande e-mails com documentos anexados. Deixe o maior número de informações à disposição na Internet ou na rede interna da empresa



5. Elogiar por escrito é frio; é quase um não-elogio. Mas o pior (chega a ser covardia) é repreender ou demitir alguém por e-mail



6. Tenha uma lista de endereços e nunca a delete. A Terra gira. Nunca se sabe quando você pode precisar ou ser útil a alguém



7. Uma legião de pessoas sem ter o que fazer envia uma infinidade de piadas ou correntes por correio eletrônico. Jamais passe alguma adiante



8. Não espalhe fofocas ou boatos por e-mail. A "prova do crime" fica registrada e pode ser usada contra você



9. Por seu alcance, o e-mail é muito usado como mural para causas políticas, ecológicas etc. Antes de remeter um e-mail "engajado", faça o teste: você diria isso pessoalmente a alguém? Se a resposta for sim, talvez esteja na hora de fundar uma ONG. Se não, desista



10. Se a mensagem não for urgente, guarde e releia no dia seguinte. Se já não parecer importante, jogue no lixo. Isso evita aborrecimentos no presente e arrependimentos no futuro

Vamos ter cada vez mais ócio

É o que diz o sociólogo italiano Domenico De Masi. O problema: não sabemos como administrar o tempo livre

O sociólogo italiano Domenico De Masi trabalha nove meses por ano. Nos outros três, descansa numa cidadezinha na Costa Amalfitana, no sul da Itália. Um arranjo perfeito? Ainda não, segundo De Masi. O perfeito, na sua opinião, seria fazer o contrário: gastar nove meses lendo, ouvindo música, conversando com amigos - e trabalhar só nos três meses restantes. Fantasia? Nem tanto, sustenta ele, se houvesse mais racionalidade no ambiente profissional e na maneira como produzimos. De Masi é um especialista em sociologia do trabalho. Segundo ele, na era pós-industrial (a do próximo século) vamos ter cada vez mais ócio e menos trabalho. O problema, segundo De Masi, é que não sabemos usar direito nosso tempo livre. "Nenhum executivo precisaria trabalhar mais do que 5 ou 6 horas por dia", diz. "Só fica no escritório porque não sabe o que fazer fora dele."

Foi com idéias como essas que De Masi, numa recente passagem pelo Brasil, despertou intenso interesse de todos os que tiveram oportunidade de ouvi-lo - a partir de uma entrevista apresentada no programa Roda Viva, da TV Cultura, na primeira segunda-feira de janeiro. O sucesso foi tanto que a emissora, a pedido dos telespectadores, reprisou-a na semana seguinte. Mais de 1 000 pessoas compraram a fita de vídeo com a íntegra da entrevista. Quem conseguiu comprar seu exemplar da fita, distribuiu cópias para os amigos, parentes e vizinhos. A entrevista coincidiu com o lançamento do primeiro livro de De Masi no Brasil. A primeira edição de A Emoção É a Regra, da editora José Olympio, esgotou nas livrarias. Uma nova edição precisou ser providenciada às pressas. De Masi é professor titular de sociologia do trabalho da Universidade de Roma La Sapienza. O que você vai ler a seguir é um resumo de algumas de suas principais idéias, apresentadas no programa da TV Cultura.



NUNCA VIVEMOS TÃO BEM

Tenho muitos amigos intelectuais que às vezes dizem que queriam ter vivido no século 18, ou na época dos gregos, ou na época dos romanos, ou no Renascimento. Creio que esses amigos se iludem. Há 20 ou 30 anos, bastava ter uma dor de dente para que isso fosse uma grande tragédia. Acho impossível não sermos otimistas em uma situação como a atual. Pensemos um pouco nos dados. Em 800 gerações, desde o homem de Neandertal até nossos avós, a média de vida humana girou sempre em torno de 29 a 30 anos, ou cerca de 262 800 horas. Nossos bisavós viviam 32 anos (os homens) e 33 anos (as mulheres). Hoje, em apenas duas gerações, temos uma média de vida de 79 anos, no caso dos homens, e 82 anos, no das mulheres.

Desde sempre o ser humano esperou trabalhar o menos possível, ser o mais rico possível, se cansar o menos possível, sofrer o menos possível. Tudo isso ainda não foi atingido, mas estamos no caminho certo. Creio que, graças ao progresso tecnológico e científico e à globalização, vê-se finalmente uma luz no fim do túnel. Houve pouco progresso humano em 80 milhões de anos. Depois, na Mesopotâmia, há 7 000 anos, o progresso foi extraordinário: descobriu-se a escrita, a economia, a moeda, a astronomia... Em Atenas, na era de Péricles, havia 40 000 homens livres, 20 000 estrangeiros naturalizados e 350 000 escravos. Cada homem livre, em Atenas, tinha entre escravos, esposas e donas de casa, oito ou nove pessoas à sua disposição. Hoje, para fazer o que essa gente toda fazia, temos lava-louças, máquinas de lavar, elevadores, telefones...



BUROCRACIA E CRIATIVIDADE

As tecnologias que hoje temos à nossa disposição substituem o trabalho. Isso significa que resta ao ser humano o monopólio do trabalho criativo. Mas criatividade é o oposto de burocracia, porque é a fantasia aliada à realização. Realização sem fantasia gera burocratas. Portanto, burocracia e criatividade são opostos. O mundo atual precisa dos criativos, e já os premia. Os atores, os criadores de moda, os cientistas, os artistas são muito mais cortejados e gratificados que os executivos. Estamos num mundo em que reduz-se progressivamente a tarefa executiva, que é delegada às máquinas, e diminui-se o espaço dos burocratas.

Por sua própria vocação, os burocratas são sádicos. Um burocrata é feliz quando pode matar as idéias dos criativos. O burocrata é feliz ao poder dizer a frase: "Lamento, mas venceu o prazo". É a frase que maior orgasmo proporciona aos burocratas. O burocrata vê os limites, ao passo que o criativo vê as oportunidades e transforma até vínculos em oportunidades. Enquanto o burocrata tem razão nove vezes em dez, o criativo erra nove vezes, mas, quando acerta uma vez, está abrindo novos caminhos para a humanidade. Na sociedade pós-industrial haverá cada vez menos lugar para os burocratas. A criatividade e a estética determinam nossa felicidade. Os burocratas determinam nossa infelicidade.

POR QUE OS GÊNIOS SÃO GÊNIOS

A criatividade resulta de fantasia e realização. Acontece que é difícil encontrar alguém muito fantasioso, criativo e efetivo ao mesmo tempo. Quando ocorre, temos um gênio. Michelangelo foi um gênio. Não porque inventou a cúpula de São Pedro. Mas porque, após desenhá-la, aos 72 anos, convenceu o papa a financiar seu projeto, achou os escultores e os carpinteiros, e os dirigiu - eram 3 500 pessoas - por 20 anos, até a sua morte. Não havia apenas fantasia, mas uma grande realização.

É difícil, portanto, encontrar gênios. Mas será que é possível criá-los? Na minha opinião, podemos desenvolver a criatividade coletiva, gerada por grupos em que uns têm maior fantasia e outros, maior capacidade de realização. Veja o meu caso: com certeza, sou fantasioso e pouco realizador. Se não fosse assim, eu seria muito rico. Mas o fato de eu ser sobretudo um homem fantasioso não é positivo. Positivo seria ser fantasioso e realizador ao mesmo tempo. Para se tornar criativo, um grupo deve ter diversidade de classes sociais, não pode ser acadêmico nem burocrático. E deve ter o espírito de luta e desafio. Deve ter também um forte senso estético.

Quando eu era mais jovem, pensava que todos podiam ser educados para ser gênios. E perdi talvez um pouco de tempo a mais com colaboradores que não tinham essas possibilidades. Eu os estimulei demais, exigindo o que não tinham. Depois entendi que devemos ser mais realistas, e que só podemos ter de cada colaborador aquilo que ele pode dar. Não é justo baixar o nível de estímulos, mas também não é justo exigir demais.



BASTAM 5 OU 6 HORAS DE TRABALHO

O progresso, tecnológico e organizacional, permite a produção de maior número de bens e serviços com menos trabalho humano. De um lado, isso determina que, fora da empresa, o desemprego pode aumentar. De outro, dentro da empresa, determina um fenômeno que chamo de "horas extras". Qualquer executivo hoje, após 4 ou 5 horas de trabalho, poderia ir embora para casa. Mas essas pessoas se acostumaram a ficar somente no escritório - e acabam fingindo, para elas mesmas, que têm muito trabalho. Concluí há pouco uma pesquisa com 11 empresas italianas. O resultado foi que os executivos (não falo do alto escalão, mas do médio) poderiam fazer tudo o que fazem em, no máximo, 5 ou 6 horas por dia. Todos poderiam ir embora depois disso. Mas ficam até o fim do expediente e, muitas vezes, até depois - ou seja, fazem "horas extras". O que os executivos realizam nesse tempo em que ficam a mais na empresa? Duas coisas: fazem reuniões, geralmente inúteis; e criam normas para os outros.

Estou dando consultoria a uma grande empresa italiana do ramo metal-mecânico. Tenho reuniões mensais com o presidente e com seus dez maiores colaboradores, e todo mês passo a eles uma lição de casa. Cada um deve trazer às reuniões duas normas a serem eliminadas. Resultado: são eliminadas 22 normas a cada reunião. Apesar de já termos suprimido mais de 200 regras, ainda existem muitas que arruinam a vida da empresa. As normas e as horas extras, quase sempre se destinam a permitir que os executivos "façam companhia" aos chefes. As horas extras geram muita tristeza nas empresas. Os executivos felizes são raros. E, muitas vezes, se convencem de que o dever da empresa não é a felicidade dos funcionários. Observei que as que têm mais êxito são as empresas com funcionários mais felizes, pois onde são mais felizes são mais criativos - e, portanto, mais eficientes.



PREPARAR O TEMPO LIVRE

O futuro é feito sobretudo de tempo sem trabalho. Nossos avós viviam 300 000 horas e trabalhavam 120 000 horas. Nós vivemos 700 000 horas e trabalhamos no máximo 70 000 horas. Enquanto nossos avós trabalhavam metade da vida, nós trabalhamos um décimo. Entretanto, a escola e a família só nos preparam para o trabalho - não nos preparam para o tempo livre. Ninguém nos diz como escolher um filme. Ninguém nos diz como escolher uma ópera. Ninguém nos diz o que ouvir nem como ouvir música. Ninguém nos ensina a curtir as pessoas. Por isso, o executivo que fica 10 ou 12 horas por dia no escritório leva trabalho para casa quando sai para o fim de semana. Sim, porque não sabe fazer mais nada. Muitas vezes, no verão, na praia, ele liga para o escritório para ter notícias do trabalho. É obcecado pelo trabalho. E depois, aos 55 ou 60 anos, é mandado embora. Mas, por causa dos avanços da medicina, essa pessoa ainda vai viver mais 20 ou 30 anos. Só que não sabe o que fazer.

Na minha opinião, a velhice não se calcula em relação ao nascimento, mas em relação à morte. Ou seja, somos velhos, mesmo, só nos últimos dois anos de vida. Quando o homem vivia 50 anos, ficava velho aos 48. Mas hoje, que vive 80 anos, fica velho aos 78 anos. Ou seja, ao se aposentar aos 60 anos, a pessoa ainda vai viver 20 anos sem saber o que fazer. Viverá uma vida fisicamente forte, mas psiquicamente perdida. Acho que no futuro será impossível distinguir estudo e trabalho de tempo livre, por causa das próprias atividades desse futuro.



O LUXO DO TEMPO

Nossos escritórios são gaiolas de vidro, terríveis, onde não nos sentimos bem. Somos obrigados a conviver com colegas antipáticos, com chefes muitas vezes mal-educados, comendo coisas péssimas... Mas ficamos o tempo todo lá. As empresas, aliás, fazem de tudo para trazer para dentro do ambiente de trabalho o bar, o restaurante, a creche, com o objetivo de evitar a saída dos funcionários. O tempo livre deve ser, sobretudo, o momento do luxo. O que é luxo hoje? No passado, luxo podia ser o dinheiro, os carros de muitas cilindradas ou os barcos. Hoje, as coisas raras são, sobretudo, o tempo, o espaço, o silêncio, a autonomia, a segurança. Estes são os grandes luxos para o século 21.



SOMOS ESCRAVOS DO SALÁRIO

Sempre existiu escravidão. Antes os escravos eram presos a correntes. Hoje podemos ser escravos da droga, do amor, do prazer. Levamos muitos séculos para nos libertarmos da escravidão. Depois, a tecnologia industrial ajudou a nos libertar do cansaço físico e de toda uma série de trabalhos terríveis, perigosos, nocivos à saúde. É hora, agora, de nos libertarmos do cansaço intelectual, do trabalho "residual". Isto implica o quê? Para começar, implica que não sabemos organizar o trabalho. Por que temos pais que trabalham 10, 12 horas por dia enquanto os filhos estão desempregados? A resposta é que não teríamos que fazer isso. Ninguém impede que pai e filho trabalhem 5 horas cada um. Ninguém nos impede de reorganizar a sociedade, de modo que o trabalho não seja o único salvo-conduto para ganhar um salário. Por que um estudante, um garoto de 20 anos, ganha um salário para trabalhar num banco e não pode ganhar o mesmo salário para continuar apenas estudando na universidade? Em muitos edifícios há elevadores e um garoto ou uma garota trabalhando como ascensoristas. São totalmente inúteis. Estão fechados numa caixa, mas, se não sobem e descem apertando o botão para nós, não recebem o salário. É uma loucura! Pode-se dar a esses jovens o salário e dizer: "Vá para a escola!" ou "Vá se divertir". Criamos uma sociedade na qual quem não trabalha ou não finge trabalhar não tem o direito de viver. É uma loucura total.



MOZART PODERIA TER SIDO AÇOUGUEIRO

Todos somos mais criativos em alguma coisa e menos em outra. Acho que Mozart ou Beethoven seriam péssimos matemáticos. Consta de suas biografias que eram péssimos no dia-a-dia. Beethoven, por exemplo, brigava com todos os senhorios. Só em Viena, mudou-se 30 vezes. Era incapaz de organizar sua vida cotidiana. Morreu num quarto desleixado, sujo, terrível. No entanto, na música, era gênio absoluto. A primeira coisa é entender em que somos criativos. Cada um é mais criativo em uma coisa do que em outra. Se Mozart não fosse filho de Leopoldo, que tinha uma grande paixão por música, e fosse filho de açougueiro ou de médico, seria açougueiro ou médico, e teríamos perdido um grande músico. A criatividade não é um ponto de partida - é um ponto de chegada. Criativo é quem é capaz de aliar o melhor daquilo que herdou da natureza ao aprendizado. Contam que uma senhora muito rica teria pedido a Picasso um retrato. Picasso o fez em segundos e cobrou muito caro. A mulher disse: "Mas isto só levou alguns segundos. Não deveria custar tanto". Ele respondeu: "Não foram alguns segundos. Eu levei a vida toda para pintá-lo".



AS MULHERES AGORA DETÊM O PETRÓLEO

A sociedade industrial nasceu do Iluminismo. Antes do Iluminismo, os fatos da natureza (raio, trovão ou uma epidemia) eram atribuídos ao desejo dos deuses ou do diabo, e assim por diante. O Iluminismo introduziu a racionalização. Os seres humanos têm condições de entender racionalmente os acontecimentos físicos e humanos e dominá-los. Um dos maiores iluministas foi Benjamin Franklin, o inventor do pára-raios. E o raio era o mais típico dos feitos caprichosos dos deuses, de Júpiter ou dos outros. Mas a indústria nascida do Iluminismo exacerbou o conceito de racionalização. Partiu do princípio de que tudo que é bom é racional.

Mais: o Iluminismo acrescentou que tudo que é racional é masculino e se refere à produção, e produção se faz na empresa. Tudo que é ruim, ao contrário, é emocional, e emocional é feminino, e feminino se refere à reprodução, e reprodução é feita em casa. Houve, portanto, uma cisão terrível entre os homens, que se atribuíram o poder e o monopólio do trabalho, e as mulheres, que foram deixadas em casa. Mas hoje nos damos conta de que as empresas não progridem sem idéias, e que isso requer fantasia, subjetividade, estética e emotividade. É como se, de repente, o petróleo fosse importante, e descobríssemos que você tem petróleo e eu não. O petróleo da era pós-industrial será criatividade, estética, emotividade, subjetividade.

Quem tem isso são as mulheres. Não é dádiva da natureza. É que nós (homens) nos descuidamos, e as mulheres as cultivaram. Era só o que podiam cultivar. De fato, hoje, nos campos de maior criatividade - no cinema, no teatro, na literatura, na imprensa, na televisão -, o número de mulheres cresce sempre mais. Caminhamos para uma sociedade em que a mulher é considerada à altura do homem. Isso não aconteceu por bondade do homem. As mulheres souberam lutar para impor essa realidade. Elas têm uma vantagem sobre nós. Podem ter filhos sem marido, e nós não podemos ter filhos sem mulher. Isso cria um desnível a favor delas.



GLOBALIZAR É UM INSTINTO HUMANO

Hoje se fala muito em globalização, mas, se perguntarmos a um executivo o que é mesmo globalização, ele não sabe. Globalização é quase um instinto humano. Os homens sempre procuraram globalizar seus conhecimentos. Primeiro, por meio da descoberta, da exploração e da cartografia de todo o planeta. Depois, com as grandes viagens. Com armas e mercadorias, tentou-se conquistar as regiões recém-descobertas do mundo. Depois, as conquistas se deram por meio dos capitais e das idéias. A Igreja a fez com os missionários. A CNN a faz através de sua rede de televisão. E o Brasil, por suas novelas. Hoje, temos tudo isso junto. Há todas as formas de globalização anteriores e temos que acrescentar que, pela primeira vez, há um "país" hegemônico, que tem seu exército em todo o planeta.

Pela primeira vez saímos de duas guerras mundiais. Pela primeira vez saímos de uma guerra fria. Pela primeira vez temos os meios de comunicação de massa. Com isso tudo, a globalização política passou a ser econômica e agora está se tornando psicológica. Temos dados desconcertantes: 32 milhões de pessoas por hora consomem Coca-Cola; 18 milhões de pessoas comem por hora um hambúrguer do McDonald's. Somos globalizados em tudo. Não só a economia foi globalizada. Nossa personalidade e nossos sentidos também. Vemos em qualquer lugar os mesmos filmes. Ouvimos em qualquer lugar a mesma música. Todos os aeroportos do mundo têm o mesmo cheiro. Vivemos em uma globalização psicológica, que, de um lado, transforma o mundo numa grande vizinhança e mescla as experiências, mas, de outro, aniquila as diferenças. E aniquilar as diferenças é terrível.

Organização para ganhar mais equilíbrio do seu tempo

Por Paula Oliveira

O correto aproveitamento do tempo não envolve somente planejamentos, mas a própria vida cotidiana como um todo. É com a organização básica praticada no dia-a-dia que adquirimos a habilidade em administrar o aproveitamento do tempo. Quem não tem organização pessoal acaba perdendo muitas oportunidades, desperdiçando recursos em excesso e direcionando esforços para as atividades erradas. O resultado muitas vezes é um estado de esgotamento, falta de motivação e ineficiência em conduzir nossa existência como um todo.

Quantas vezes na nossa vida profissional nós concluímos a jornada diária e temos a sensação de que não produzimos nada do que tínhamos programado? Se buscarmos os motivos pelos quais não produzimos tanto quanto gostaríamos, certamente concluiremos que o principal motivo foi à desordem, ou seja, a dificuldade em lidar com a interferência de fatores externos ou pequenas surpresas como, por exemplo, as solicitações de última hora por parte do chefe ou visitas inesperadas de clientes. Também a falta de planejamento e a má administração do tempo disponível, terminam nos levando a necessitar de mais tempo do que o necessário para realizar as atividades que tínhamos planejado para aquele dia.

Quantas vezes já precisamos de um telefone importante seja de um amigo, familiares ou até de clientes e não lembramos onde o anotamos? Por vezes vivenciamos momentos de angústia, aflição e estresse porque nosso chefe solicitou uma consulta a um relatório importante e não nos lembramos o nome e nem a pasta do computador onde o tínhamos arquivado ou necessitamos do endereço para correspondência de um cliente, mas não lembramos onde deixamos o cartão de visita dele?

Essas ocorrências simples ilustram o fator de desordem pessoal e o impacto dele em nosso rendimento profissional. Para superá-lo necessitamos desenvolver a capacidade de organização, visando manter o nosso negócio, não nos esquecendo que atualmente, no mundo corporativo, a competitividade entre as empresas e pessoas está cada vez mais exacerbada e sobrevive aquele que responde de forma mais rápida e é mais produtivo, ou seja, mais organizado.

Se não somos organizados podemos reverter esse quadro porque a capacidade de organização é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Não existe uma receita pronta, entretanto, é imprescindível ter disciplina e determinação para adquirir tal competência.

O primeiro passo é conscientizar-se do significado da capacidade de organização, ou seja, um conjunto de hábitos e métodos que influenciam diretamente no desempenho profissional e na vida pessoal. Pessoas que têm o dom nato da organização geralmente alcançam seus objetivos, concluindo seus projetos com qualidade e dentro dos prazos estipulados porque a base de dados e informações de que necessita estão sempre disponíveis e acessíveis, já que seus arquivos estão sempre em ordem, suas pastas identificadas e as agendas telefônicas atualizadas.

É importante salientar que uma pessoa organizada não significa o mesmo que ser metódica, que geralmente é caracterizada pela rigidez e inflexibilidade. Para ser organizado é preciso ser flexível, fator efetivo na auto-organização, e é a partir dele que conseguimos lidar com as interferências externas em nossas vidas, nos adaptando e atuando de forma mais coerente possível frente às adve

Mantendo o foco

Em fotografia, acertar o foco é primordial. Em algumas ocasiões é preciso ou interessante desfocar o assunto evidente para destacar o que há por trás dele. Esse desfocar é estar aberto a avaliar novas alternativas. Para saber quando agir assim é necessário ter em mente qual resultado deseja-se obter da foto. O mesmo ocorre na vida, onde manter o foco é fundamental.
Para manter o foco é primordial que a pessoa saiba o que quer.
Hoje em dia percebo que as pessoas estão fazendo o que é necessário, mas não necessariamente o que querem.
Há pessoas que não param e pensam o que querem da sua vida pessoal, da profissional, da familiar, da espiritual, enfim, deixam ser levadas pela vida.

Encontre o equilíbrio entre razão e emoção

O principal motivo pela falta de foco se dá quando agimos muito mais pela razão do que pela emoção, e para que sejamos pessoas ajustadas e equilibradas devemos cultivar o equilíbrio desses dois pontos em nossa personalidade. Exemplificando: procuro um trabalho só pela expectativa de renda, não importando se gosto de fazer isso ou não. Vou deixando de lado as minhas vontades e talentos em prol da razão.

Como reencontrar meu foco?

* Identifique seus talentos – na maioria das vezes escutamos quando crianças coisas do tipo “Olha como ele faz bem isso!” – basta lembrar desse tempo para identificar seus talentos

* Escute mais seu coração, respeite o que gosta de fazer – mesmo que essa atividade não seja tão lucrativa no começo, com o seu aperfeiçoamento você será um profissional bem sucedido;
* Trace metas pessoais, profissionais, familiares e espirituais, pergunte-se o que você realmente quer nesses setores de sua vida e acredite na sua capacidade de consegui-los.

Metas pessoais – o que você quer para você.
Metas profissionais – qual a atividade que fala ao seu coração e quanto quer ganhar por mês nessa atividade.
Metas familiares – o que você quer conseguir para sua família.
Metas espirituais – o que você quer fazer em prol dos outros.

Lembre-se que as metas pessoais, familiares e espirituais são conectadas às suas metas profissionais, pois não há como consegui-las sem que você esteja trabalhando e ganhando por esse trabalho. Então, o primeiro passo é colocar sua energia em suas metas profissionais.

Como saber se estou na atividade certa?

Estar na atividade certa é fazer algo porque gosta e não porque precisa. Como você acorda pela manhã, com a sensação de que vai se divertir ou com a sensação que tem uma obrigação a cumprir?
Faça a seguinte pergunta – Se eu tivesse na minha conta bancária 1 milhão de reais, mesmo assim continuaria nessa atividade? Se a resposta for sim, parabéns você está fazendo o que ama e com isso a sua probabilidade de ser bem sucedido é muito maior.
Se não estiver na atividade certa é hora de procurá-la.

A perda do foco pode estar relacionada a outros problemas?

Há problemas psíquicos que podem contribuir com a perda de foco.
O Transtorno de Déficit de Atenção é normalmente causado pela Síndrome do Pensamento Acelerado (é um exagero de pensamentos ocorrendo ao mesmo tempo causando um congestionamento mental) que é causada pela Ansiedade desmedida. Infelizmente a ansiedade é um problema muito comum nos dias de hoje com tendência a piorar. Esses problemas, se existirem, devem ser tratados.

Problemas gerados pela falta de foco:

* Diminuição da criatividade, falta de com

Profissionais Sem Foco

Foco não é uma coisa muito fácil de ter e manter, mas sem ele a produtividade vai literalmente para o ralo. Um profissional sem foco em uma equipe é um problema, por diversas razões, entre elas, ele é o primeiro a desfocar outros bons profissionais também. Sua baixa performance parece aos olhos dos outros profissionais, “bem vista”, se o líder não der um feedback pontual sobre o assunto.

O profissional sem foco é aquele que chega logo cedo na sua mesa e fala: “fiz tal coisa”, “você viu aquele assunto x?”, “nossa isso aqui ficou muito legal”, etc. Quando esse profissional faz alguma coisa ele gosta de mostrar aos quatro cantos, pra dizer que algo foi feito.

Eu coloco uma frase no meu MSN, de um autor que desconheço que acho fantástica, e que precisamos pregar na empresa para os desfocados:

"Quem quer fazer faz! Quem não quer, arruma uma desculpa.”

Profissional sem foco não é má pessoa, muito pelo contrário, na maioria dos casos ele nem percebe que perde seu foco e que mata o foco do time. Óbvio que existem os sem foco por má vontade e pura negligência, nesse caso é um profissional que precisa ser “deletado” da equipe.

Veja algumas dicas para lidar com profissionais sem foco na sua equipe:

1 - Dê um feedback franco e honesto sobre sua produtividade. Mencione a sua falta de foco com indicadores precisos.

2 - Ajude o desfocado a entrar na linha, você pode ser um guardião do foco alheio, para que a pessoa perceba seus momentos de perda de atenção e crie um hábito de policiamento pessoal.

3 - Planeje a semana com a pessoa, dê tarefas claras, com prazos limites e acompanhe esses prazos. Esteja aberto para que a própria pessoa negocie os prazos com você.

4 - Agenda uma tarefa para você verificar os itens do planejamento que foram feitos, elogie a conclusão e dê feedback caso as expectativas tenham ficado muito distantes da sua.

5 - Se nada adiantar é o momento de desligar a pessoa, por melhor que seja a capacidade profissional, a falta de foco consome o tempo do profissional e muitas vezes da equipe e isso é pior que encarar uma nova contratação.

A velha desculpa da falta de tempo

Uma das justificativas mais comuns do ser humano para adiar tarefas e compromissos é a falta de tempo. Mas será que muitas vezes o argumento não passa de mera desculpa?

Natalia Kfouri/MBPress

Falta de tempo. A célebre frase é usada com tanta freqüência que já se tornou um clichê. Disparada a todo momento, corresponde a uma espécie de mal do século. Homens e mulheres, dirigentes e funcionários, enfim, pessoas de todos os tipos estão sujeitas a seus efeitos.

“Há uma exigência pública para a qualidade de vida, o que impõe mais organização do tempo. É preciso balancear a vida profissional e pessoal para não gerar impactos”, diz Júlio Cezar Serri Turbay, diretor técnico da Comportamento Psicologia do Trabalho, de Curitiba (PR).

Muitas vezes, porém, o que ocorre é justamente a má gestão do tempo. Ou, ainda pior: a alegação de falta de tempo torna-se a desculpa perfeita para procrastinar tarefas. Trata-se de uma ação tão generalizada que poucos ousam questionar ou rebater a afirmação.

No ambiente corporativo, diversos funcionários reclamam do acúmulo de atribuições e do conseqüente tempo reduzido para a realização de suas obrigações. Contudo, é preciso analisar com atenção se realmente o profissional está sobrecarregado ou apenas encontrou um subsídio para seu comodismo.

Júlio Cezar explica que atualmente os profissionais são multifuncionais, mas o perfil de cada um também está ligado ao gerenciamento das demandas, pois enquanto alguns dispõem de potencial de gestão, outros encontram dificuldades em gerenciar a agenda. “É comum as pessoas falarem que não têm tempo em busca de status. Parece que quanto menos tempo, mais valorização”, prossegue.

Ainda de acordo com o especialista, esse tipo de atitude, apesar do “charme”, pode ser perigosa, pois as pessoas podem deixar de fazer o essencial. “Porém, também há profissionais que recusam novas demandas para se manterem em uma zona de conforto”, comenta Turbay. “Por isso, formação, treinamento profissional e preparo psicológico são importantes para lidar bem com os excessos de demanda”, complementa.

Fábio Ribeiro, monitor de mídias do setor de Governo da empresa de comunicação Box Net, de São Paulo, é um dos profissionais que sofre com prazos reduzidos. Entre suas atribuições, a principal é monitorar notícias sobre o Governo paulista em todos os tipos de mídia e veículos de comunicação. “Nossos prazos são reduzidos, temos que passar relatórios atualizados de hora em hora e, se no meio do trabalho surge algo que o cliente considere urgente ou algum tipo de controle noticioso específico, o ritmo e o fluxo de trabalho dobra”, conta.

Ribeiro recorda-se de uma situação em que foi incumbido a uma tarefa e precisou pedir a seu superior um prazo maior para entrega. Conseguiu. “Foi até engraçado, porque no fim cumpri a meta proposta inicialmente. Não sinto que fui acomodado, mas esse resultado veio porque me esforcei mais”, opina.

Alguns dos segredos para lidar com esse tipo de situação, segundo ele, são evitar as queixas, respeitar seus próprios limites e ser profissional acima de tudo. “Realmente, há dias em que se está indisposto e até passa pela cabeça recusar trabalhos, mas minha consciência fala mais alto que a preguiça ou o comodismo”, conclui.

É certo que a capacidade profissional pode ser comprometida se houver um acúmulo de tarefas. Independentemente da hierarquia, uma pessoa é capaz de executar um determinado número de obrigações dentro de sua carga horária de trabalho, e essa relação entre tempo e número de atividades interfere na qualidade e na produtividade do funcionário. “Uma avaliação inadequada do responsável por delegar tarefas pode sobrecarregar o funcionário, acarretando desempenhos insatisfatórios”, confirma Genival José Santana, diretor da Rege Consultoria Empresarial, de São Paulo.

Segundo o executivo, explorar o potencial do profissional é importante. Porém, cabe a ele saber dizer não quando se sentir incapaz de realizar a tarefa em tempo hábil e corresponder às expectativas. “Já estendi prazos para meus funcionários, mas isso é raro acontecer, porque planejamos e dividimos bem as tarefas. Procuro analisar o perfil, habilidades e pontos fortes deles”, conta Camila Mariano, gerente de atendimento da Catho Recursos Humanos, que comanda uma equipe composta por um coordenador, cinco supervisores e 90 funcionários.

Por isso, se há queixas da equipe sobre as funções desempenhadas e o prazo previsto para realizá-las, sentar, conversar e analisar o caso ainda pode ser a melhor saída para evitar a velha desculpa da falta de tempo.

A busca pela perfeição e a gestão do tempo

Até que ponto o alto grau de exigência na execução de tarefas pode comprometer a produtividade e afetar a boa gestão do tempo no ambiente corporativo?

Natalia Kfouri/MBPress

Ser exigente e detalhista na realização de um trabalho geralmente resulta em um produto final de alta qualidade. Porém, quando excedidos alguns parâmetros, a busca obsessiva pela perfeição pode não apenas prejudicar a saúde psicológica como, por conseqüência, comprometer o bom desempenho do funcionário, interferindo diretamente na eficácia e na produtividade profissional.

Segundo a psicóloga comportamental Valéria Lemos Palazzo, que atende na capital paulista, a sociedade ainda enxerga o perfeccionismo como uma qualidade. Contudo, essa visão aos poucos vem se modificando, sobretudo no ambiente corporativo. “Isso porque os profissionais perfeccionistas não conseguem ser flexíveis e ter foco em mais de uma tarefa”, justifica ela.

As pessoas com esse traço de personalidade normalmente tendem a levar suas tarefas até o fim e com excelência. Entretanto, gastam tempo demais para executá-las, fato que costuma criar problemas no que diz respeito ao cumprimento de prazos. (veja depoimento em box)

Especificamente no ambiente de trabalho, ao perseguir um grau de qualidade que considera ideal, mas que muitas vezes é classificado por colegas – e até mesmo superiores - como inatingível, o perfeccionista foca sobremaneira em um mesmo trabalho e, não raro, atravanca a evolução das demais atribuições que lhe foram confiadas.

Para tentar superar esse impasse sem comprometer a administração da carga horária de trabalho, a psicóloga recomenda que o profissional aprenda, primeiramente, a traçar metas reais. “Em um segundo momento, ele deve dar pequenos passos seqüenciais, mas sem tanta rigidez, e reconhecer aspectos positivos no trabalho desempenhado”, orienta.

Por mais que domine a teoria, o executivo Lucas Camargo, diretor comercial da Flipcomp, empresa de soluções tecnológicas localizada na zona leste de São Paulo, tem dificuldades para colocá-la em prática.

Funcionário meticuloso, ele admite que, em certos aspectos, tal característica prejudica sua rotina de trabalho e afeta diretamente a gestão de sua agenda. “Tenho mania de revisar todos os meus projetos”, diz. “Por isso, é comum ficar além do horário na empresa e também levar vários trabalhos para casa.”

De acordo com especialistas, a busca compulsiva pela perfeição não somente é uma ilusão como, em geral, pode ser considerada um tipo de comportamento indesejável, já que para tentar satisfazer seus padrões, seja no ambiente corporativo ou doméstico, a pessoa costuma desgastar-se física e emocionalmente além de um limite tido como tolerável.

Freqüentemente, os perfeccionistas também encontram dificuldades nos relacionamentos interpessoais. E mais: acreditam que sua maneira de agir é a correta e, por essa razão, mesmo que involuntariamente, esperam que todos ao seu redor tenham o comportamento por eles considerado ideal. “Para o perfeccionista, o tempo certo é o tempo dele”, conclui a psicóloga Valéria Palazzo.


“Sempre fico apertado com datas”*
* Lucas Camargo, diretor comercial da Flipcomp

“O mais difícil em ser perfeccionista é sempre me sentir insatisfeito.
Trabalho na área de tecnologia e, neste segmento, prazo tem muito a ver com credibilidade. Por isso, sempre me esforço para entregar tudo em dia.
O problema é que além de participar do processo de elaboração de projetos, também fico com a finalização dos mesmos. E, para um perfeccionista, essa é a parte mais complicada.
Como costumo rever todo o resultado, os prazos passam a ser um grande problema para mim. Por me apegar muito aos detalhes, sempre fico apertado com as datas de entrega.”

Delegar é ganhar tempo

Além de ser uma prática típica de líderes de destaque, saber repassar tarefas com critérios é uma eficaz saída para gerir melhor o tempo, cumprir prazos e metas e aumentar a produtividade no ambiente corporativo

Natalia Kfouri/MBPress

Para assumir uma posição de liderança, alguns requisitos são imprescindíveis. Delegar com eficiência é um deles.

Para assim fazê-lo, considerar habilidades e competências é o primeiro passo. Na prática, isso significa designar tarefas de acordo com o perfil de cada subordinado. Contudo, delegar não é simplesmente transferir atividades, mas sim dividir responsabilidades. “Um bom chefe não é aquele que manda, mas que comanda”, explica a psicóloga Ana Maria Tavares, da clínica Pró-atividade, no ABC paulista. Por isso, quando se ocupa um cargo de chefia, o recomendável é encontrar um ponto de equilíbrio tanto individual como coletivo.

Nesse sentido, o ato de delegar é fundamental para criar interação e senso de trabalho em equipe. A prática estabelece harmonia no ambiente de trabalho e demonstra a justa idéia de que cada pessoa é parte de um processo estratégico da empresa.

Além dessas soluções, a delegação também se apresenta como uma grande aliada da gestão do tempo. Implicando diretamente na otimização de resultados, uma boa administração de funções cria um fluxo constante de trabalho e, conseqüentemente, maior produtividade.

O ato de delegar é uma das bases do bom funcionamento de toda e qualquer corporação, já que ao designar tarefas o líder ganha mais tempo para se concentrar na gestão estratégica.

Compreende-se, com isso, que o gestor deve executar as tarefas mais importantes e repassar as mais funcionais e técnicas aos seus funcionários. Isso, naturalmente, sempre sob sua supervisão. “Um líder que não delega corre o risco de se perder no tempo, perder prazos e o foco estratégico de seu trabalho”, afirma João Batista, da Júnior Consultoria, de Campinas (SP). “Além disso, compromete e sacrifica sua vida pessoal, o que pode levar ao estresse.”

Reavaliar funções e redistribuir tarefas foi essencial para o trabalho do gerente de marketing Marco Aurélio Freitas, da T Art, fabricantes de tecidos de Minas Gerais. “Quando fui contratado, há dois anos, as palavras de ordem da empresa eram atrair clientes e aumentar a produtividade. Grande parte do processo ficou sob minha responsabilidade, mas para dar conta do recado precisei de uma equipe que me desse suporte operacional”, lembra ele.

Com a reestruturação de alguns processos produtivos, foi possível dinamizar a rotina de trabalho e gerar resultados positivos. “Não sei exemplificar em números o ganho de tempo, mas a empresa obteve um crescimento de quase 30%. Como tempo e produtividade são diretamente proporcionais, acredito que parte desse benefício é resultado do rearranjo de funções e setores da empresa”, prossegue Freitas.

Antes de delegar, porém, é preciso planejar – outro verbo diretamente relacionado à boa administração do tempo. Uma distribuição aleatória de atribuições pode causar não só o efeito contrário (o desperdício de tempo) como também gerar problemas com a qualidade do produto final e, assim, comprometer resultados. E, nesse caso, na hierarquia corporativa, quem responde primeiro é sempre o chefe.

Missão, qual é a sua?

O que faz você feliz?


Anderson Cavalcante

Tenho visto cada vez mais pessoas se sacrificarem para satisfazerem seus desejos, pessoas que se matam de trabalhar para comprar seus sonhos, um carro novo, trocar de apartamento, ou aquela tão sonhada casa na praia, pessoas que conseguem comprar e não vão nunca nessa casa de praia.Vejo triste o quanto as pessoas projetam a sua auto-realização, a sua felicidade em “coisas” externas. Gente a felicidade está em você, dentro do seu coração, impregnado na sua alma, na sua verdadeira essência. E para você experimenta-la você precisa viver a sua missão a cada dia, isso mesmo, comece tendo clareza de qual é o seu papel, a sua contribuição aqui na Terra? Qual é o legado que você quer deixar?
Responda sinceramente, o que faz você feliz?

Você precisa ter a sua missão, sem missão sua vida fica como uma refeição sem gosto, um barco sem leme, um tronco boiando, jogado no rio, sem direção, deixando que as circunstâncias da vida decidam seus caminhos, sua direção. Uma vida sem missão te limita a respirar sem jamais viver, é passar pela vida sem contribuir, sem ter relevância. O maior desperdício que alguém pode fazer é viver sem uma missão.

Missão é combustível da alma, do espiritual, é o alimento vital de profissionais de alto desempenho, é a verdadeira energia da vida.

Missão é o que faz você todo dia se levantar da cama repleto de entusiasmo para dar mais um passo rumo a sua realização, rumo a sua contribuição ao mundo.
Quanto mais clareza você tiver da sua missão, mais você sentirá a sensação de missão cumprida, mais sentirá o amor pulsando em sua vida.

Com o objetivo de te ajudar a definir sua missão, vou citar alguns casos de pessoas e profissionais que não vão dormir nenhum dia se quer sem ter dado mais um passo rumo a sua missão.

Vou começar com os bombeiros, qual é a missão de um bombeiro? Isso mesmo, salvar vidas!

Quando ele chega numa ocorrência, num incêndio, todos eles tiveram longos treinamentos técnicos e específicos sobre como agir num incêndio, cada um tem seu papel definido, montar a escada, desenrolar a mangueira, pegar as máscaras de oxigênio, enfim só que existem casos registrados de bombeiros que sofreram acidentes em ocorrências, porque o bombeiro vive a sua missão, se ele vê que tem, alguém correndo algum risco de vida ele vai e põem a missão dele acima de tudo e vai salvar vidas, as vezes esquece até mesmo de colocar sua própria máscara, porque ele quer é salvar vidas. E você, qual é a sua missão?

Imaginem um policial, ao sair de casa, se despedir da esposa e dos filhos, sabendo que vai enfrentar a violência urbana que vivemos em nossas cidades, sem saber se vai voltar para casa, com um salário baixo coloca em risco todos os dias a sua própria vida, e de sua família. Somente uma pessoa que tem muito claro uma missão de contribuir com uma cidade mais segura, um mundo mais repleto de justiça e liberdade para estar disposto a todos esses riscos.

Ou uma professora, profissão que admiro e tenho muito orgulho, que vive um antagonismo diário, tem em sua mão a missão em educar e criar cidadãos, o compromisso de criar o futuro do nosso país, a responsabilidade de fazer a diferença na vida do próximo a cada encontro, uma missão tão nobre e muitas vezes tão desprovida de reconhecimento. Missão já sabe qual é a sua?
Eu vejo que o problema na vida de alguém, começa quando ela perde de vista a sua missão, aí sim começa a atolar na própria vida, sem significado não consegue mais andar, os antigos Hebreus diziam que doença é você andar em circulo, e quando você não consegue sair do lugar, patina, patina, patina. Ao olhar ao lado vejo pessoas doentes, sem missão não consegue sair do lugar.

Vejo médicos que perderam de vista sua missão, qual é a missão de um médico?
Não é tirar a dor e nem tão pouco tratar a doença pura e simplesmente, um médico estuda no mínimo oito anos para se especializar em algo, e depois alguns esquecem desse algo. A missão de um médico é promover o bem estar, curar a verdadeira causa, é gerar a qualidade de vida.

Em minhas palestras sempre divulgo o exemplo de um médico suíço que receita aos seus pacientes o remédio e uma ação a ser realizada para o bem estar do paciente, e fiquei sabendo um dia desses que tem um médico psiquiatra brasileiro que está vivendo a sua missão, ele receita o remédio e a leitura de um livro.
Já imaginou se a pessoa está com dor de cabeça e o médico receita o remédio tal e caminhar no parque três vexes por semana, outra pessoa com stress ou inicio de depressão e o médico receita o remédio e ir participar como voluntário de um orfanato para ver de fato o que é problema.

Esses sim são médicos que vivem a cada dia o que se propuseram a fazer. Não aqueles que te deixam esperando uma hora na recepção, não pedem desculpas pelo atraso, te atendem em poucos minutos e muitas vezes nem te examinam, olhar nos olhos, ah isso é raridade, os olhos estão ocupados vendo o preenchimento da sua ficha acontecer. As vezes aquela pessoa só precisava de um olhar, de um contato integro, de um respeito por sua vida.

Último caso, espero que você já esteja inspirado a escrever, definir a sua missão. Nelson Mandela ficou preso por mais de 20 anos num regime injusto, desumano. Quando saiu da prisão um jornalista perguntou: Como você se sente tendo perdido 26 anos da sua vida preso? Ele respondeu: Engano seu meu jovem rapaz, nesses anos todos estava me preparando para me tornar o presidente desse país. Ou seja, ele consegue ter ainda generosidade com quem lhe fez prisioneiro no sentido que ele contribuíram para que ele realizasse sua missão.

E é para contribuir com a realização da minha missão que aceitei o convite do Alexandre em ser o primeiro articulista da revista CompanySul, minha missão é “ajudar as pessoas criarem significado em suas vidas e acreditar sempre” e por isso teremos um encontro marcado todos os meses, aqui, nesse espaço. As coisas boas da vida, para falarmos sobre as coisas que realmente importam em nossas vidas. Agora é com você, prometa para si mesmo que não vai dormir hoje enquanto não tiver definido qual é a sua missão? O que faz você feliz? O que você faz que te faz sentir tão cheio de vida? E tenho certeza que você será muito mais feliz e se sentirá muito realizado em estar fazendo aquilo que você se propôs a fazer na sua vida.

A missão transcende, te coloca em contato com o seu melhor, envolve o que você ainda não sabe, te torna consciente que o mundo é um descobrir e aprender permanente.

Tempo de leitura

Hábito de ler é fundamental para a formação cultural e profissional de um indivíduo. No ambiente corporativo, porém, o desafio é arranjar tempo para atualizar-se. Administre seus horários e mergulhe nas letras



Talita Boros/MBPress

Em plena era da informação, dedicar tempo à leitura não é tarefa fácil para os executivos. Em meio às obrigações diárias, manter-se informado quanto aos assuntos de interesse profissional – ou mesmo pessoal – tem ficado cada vez mais complexo.

Atualmente existe uma demanda crescente para que os executivos tenham know-how e domínio absoluto dos assuntos ligados ao mundo corporativo. Para isso, é necessário que se atualizem com a leitura constante de publicações relacionadas aos temas de interesse da empresa. Difícil mesmo é conseguir conciliar o tempo de leitura e as atribuições no trabalho.

Uma boa saída pode ser determinar um período do dia reservado apenas aos livros e publicações, impressas e/ou eletrônicas (internet). Dessa forma, além de manter-se atualizado, o profissional começará a estimular sua mente a receber as informações de forma mais organizada. Isso irá refletir diretamente na otimização do tempo durante o expediente, pois assim será possível realizar outras tarefas importantes sem abrir mão da leitura diária.

Já para aqueles que não conseguem manter esse planejamento com horário fixo para as letras, outra opção é aproveitar os intervalos entre uma atividade e outra. Caso esse “tempo livre” inexista, o ideal é organizar-se de forma que seja possível incluir em sua agenda pelo menos alguns minutos do dia dedicados à leitura.

O analista de sistemas do Banco Central de Brasília Bernardo Pina mantém o material de leitura sempre à mão para aproveitar o tempo livre entre as tarefas do cotidiano. “Acredito que existem várias brechas de tempo durante o nosso dia”, diz ele. “São essas brechas que eu utilizo para manter vivo o meu hábito de leitura. Carrego sempre um livro guardado na mochila e, mesmo assim, quando não estou com ela, tenho alguns audiobooks guardados no meu celular. Isso me faz sempre ter à mão algo para ler ou ouvir.”

Outra sugestão para os executivos que não conseguem encontrar tempo para ler são os cursos de leitura dinâmica. A maioria deles é de curta duração - em média uma semana - e oferece resultados bastante satisfatórios. Esses cursos não se resumem a dar um treinamento voltado ao aumento da velocidade de leitura. Muitos deles têm por objetivo estimular a concentração, valorizando a memorização do assunto lido.

De acordo com o consultor Christian Barbosa, especialista em gestão do tempo e produtividade pessoal, os cursos de leitura dinâmica funcionam se os participantes fizerem os exercícios sugeridos. “A dica essencial é ler em blocos, em vez de palavras isoladas. Para começar, foque em três palavras por vez. Depois, vá aumentando o número de palavras até conseguir focar na linha toda”, ensina.

Os prejuízos gerados pela pouca ou falta de leitura são inúmeros. A ausência de cultura ou restrição de vocabulário são algumas das conseqüências mais comuns. “Se uma pessoa não tem a preocupação de ler e se manter atualizada, tem grandes possibilidades de perder boas oportunidades para uma pessoa mais culta. Os novos grandes líderes buscam pessoas com um perfil que tenha, além das qualidades técnicas desejadas, conhecimentos gerais sobre temas diversos”, conclui o analista de sistemas Bernardo Pina.

Liderança na dose certa

Falta de compreensão com os efeitos da sobrecarga de tarefas e inflexibilidade são características típicas de um líder intransigente. Nesse caso, o chefe pode se tornar uma ameaça ao sucesso da equipe que comanda

Natalia Kfouri/MBPress
A produtividade de um grupo, sua motivação e harmonia estão diretamente ligadas ao seu líder. Todo profissional tem prazos, metas e objetivos a cumprir, e normalmente quem os determina, além da demanda, é aquele que ocupa a função de liderança.

O grau de abertura para negociar as prioridades, propor novas diretrizes e fazer questionamentos depende do perfil adotado pelo chefe. E, de todos os perfis, há um que pode ser extremamente prejudicial ao grupo: o intransigente.

Segundo o consultor Paulo Calla, da Holos Assessoria Empresarial, de Campinas (SP), um líder intransigente pode causar efeitos negativos, levando muitas vezes ao fracasso grupos inteiros de profissionais. “E não por falta de capacidade, talento ou potencial desses colaboradores, mas por falta de sensibilidade, segurança e espírito de liderança”, diz.

Em meio a uma rotina dinâmica, pressão do tempo, cobranças e inúmeras tarefas inadiáveis, é possível que qualquer um já tenha passado por uma situação desconfortável diante do superior. “Já houve casos em que o prazo que me deram não era suficiente. Percebi que precisaria de mais tempo e, antecipando o fato, foi possível negociar com minha gerente a data de entrega. Eu a considero uma pessoa bastante flexível, o que ajuda bastante no diálogo”, conta Leandro Ribeiro, estagiário de administração do Unibanco, em São Paulo.

Porém, quando existe incompreensão, burocracia excessiva, regras rígidas e falta de flexibilidade por parte dos superiores, o nível de estresse pode se elevar de forma significativa. “É fundamental para a estabilidade de qualquer empresa ter um líder bem preparado, que consiga enxergar as necessidades, o potencial e o melhor de cada indivíduo”, explica Ana Maria Turttino, psicóloga da Macro Psicologia Empresarial.

Para ela, o líder deve ser otimista, incentivar, instigar e desafiar o grupo, mas sempre de maneira saudável. “O ideal seria que ele abrisse espaço para discussão em busca de novas idéias e alternativas, valorizando a criatividade e proatividade”, complementa.

Mas nada disso é possível com líderes centralizadores e individualistas, que cobram e sobrecarregam seus funcionários de forma abusiva. Ao contrário, pessoas com esse tipo de perfil costumam gerar tensão, insatisfação e baixos índices de produtividade entre os colaboradores de uma empresa.

Na opinião do consultor Paulo Calla, iniciativas que ajudem o subordinado a se planejar e gerir de maneira eficaz a rotina de trabalho são mais promissoras que imposições e prazos quase impraticáveis. “É importante que aquele que comanda compreenda que não é um elemento isolado; ao contrário, é parte da equipe e deve conduzir o grupo em prol de objetivos comuns. Deve ter a consciência de que todo ser humano possui um ritmo próprio e natural de trabalho”, resume.

Cargos de chefia, enfim, exigem qualidades profissionais e também pessoais. Afinal, trata-se da “arte” de lidar com pessoas. Nesse aspecto, certa dose de humildade é fundamental.

Chefes ruins elevam o risco de doenças em funcionários, revela pesquisa

Um estudo recente do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo, na Suécia, mostra que chefes arbitrários elevam o estresse no ambiente de trabalho e podem também aumentar o risco de doenças cardíacas em seus funcionários.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores pediram aos participantes que avaliassem o estilo de liderança de seus gerentes em áreas como clareza no estabelecimento de objetivos para seu pessoal e habilidade de comunicar e dar um retorno ao funcionário da avaliação do desempenho pessoal. Quanto mais competentes os funcionários consideravam seus gerentes, mais baixo seu risco de sofrer problemas cardíacos graves.

Ainda de acordo com a pesquisa, quanto mais tempo um funcionário trabalhava sob o comando de um mau gerente, maior a ameaça à saúde. Os que trabalhavam por quatro anos ou mais nessas condições apresentaram um risco 64% maior de desenvolver doenças cardíacas.

Os pesquisadores sugerem que as empresas tomem medidas para melhorar o desempenho de seus gerentes e que levem em conta a avaliação feitas pelos subordinados.

Ansiedade causa efeitos distintos na produtividade

Apesar de não ser considerada uma doença, em excesso ela pode causar problemas de saúde e prejudicar vida profissional. Por outro lado, se bem administrada, pode ser vista como incentivo para aumentar qualidade e velocidade na realização de tarefas


Rodrigo Capelo/MBPress
Enjoo, tontura e dores de cabeça. Estes são sintomas frequentes em pessoas que sofrem com ansiedade excessiva. Causada por situações adversas, ela é capaz, inclusive, de aumentar o risco de doenças cardíacas em até 40%, segundo estudo da University of Southern, da Califórnia (EUA).

O professor Felipe Cabral, 25, afirma que a ansiedade prejudica sua produtividade profissional. “Falto no trabalho com frequência devido a problemas físicos desencadeados por ela”, diz. Ele já procurou tratamento médico diversas vezes, sempre na esperança de que a causa dos sintomas fosse algum fator físico. “E praticamente todos me disseram a mesma coisa: tudo isso é causado por processos de ansiedade extrema.”

De acordo com o rapaz, a ansiedade se desenvolveu com o tempo. “Não tenho nenhum problema patológico, e sim algo que cresceu, entre outras coisas, por efeitos psicológicos do estresse”, prossegue Cabral.

A principal causa da ansiedade, segundo a psicóloga clínica Karen Camargo, é a antecipação a algum perigo que esteja prestes a acontecer. “Ou seja, a ansiedade sinaliza que algumas situações adversas estão presentes na vida da pessoa”, detalha.

Gerir o tempo, para a psicóloga, é uma tarefa difícil para pessoas ansiosas. “Elas geralmente têm dificuldade em permanecer no momento presente. Elas vivenciam o futuro, concentram-se em coisas que ainda irão acontecer, na tentativa de antecipar qualquer desfecho”, avalia. “Nesse sentido, podem não desfrutar do momento presente da melhor maneira e, assim, ter o tempo mal distribuído.”

Karen alerta para os problemas de saúde que a ansiedade pode trazer. “Ela não é uma doença, mas pode desencadear uma série de transtornos, tais como o transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático, fobia social, fobias específicas e transtorno de ansiedade generalizada”, afirma.

Lado positivo

Há quem considere, porém, que a ansiedade é benéfica para o ambiente profissional. Elio Earli Vasconcelos Junior, 32, argumenta que, se o trabalho não depender de outras pessoas, o fato de ser ansioso o ajuda a produzir mais. “Há sete ou oito anos eu trabalhei 54 horas seguidas. O prazo da entrega era de 15 dias, mas consegui terminar em menos de três”, exemplifica.

Mesmo em relação à qualidade do trabalho executado, o profissional de marketing garante que não houve – ou há - prejuízo. “Faço 3 milhões de coisas ao mesmo tempo sem perder qualidade”, garante. Os malefícios, segundo ele, são os efeitos que a ansiedade causa, devido à falta de compromisso de outras pessoas.

A psicóloga Karen Camargo colabora com a tese de Vasconcelos Junior. “A ansiedade é um sentimento que nos prepara biologicamente para enfrentar situações de perigo”, define. Este sentimento, segundo a especialista, faz parte do sistema de defesa do ser humano e é o responsável pela sobrevivência da espécie. “Não é exagerado dizer que todos nós somos ansiosos – com variações, é claro –, pois isso é produto da seleção natural”, diz.

No entanto, é necessário aprender a lidar com a ansiedade. Quando Elio Vasconcelos se depara com algum problema no trabalho, costuma utilizar válvulas de escape, como cigarro, desabafos com amigos e até a crença religiosa. “O que importa é acreditar que, no fim, tudo dará certo”, defende.

Bom ou não, o argumento da fé tem respaldo científico. Pesquisa recente realizada na Universidade de Toronto, no Canadá, comparou reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus. Os resultados evidenciaram que, quanto maior a crença, menor o nível de ansiedade.

workaholic x produtividade

Workaholic x Produtividade


Ser viciado em trabalho é, de fato, sinônimo de mais produtividade no ambiente corporativo? Conheça as duas faces de quem vive em função da carreira - o workaholic e o worklover - e saiba o que distingue um conceito do outro


Rodrigo Capelo/MBPress
O termo workaholic foi criado pelo psicólogo americano Wayne Oates, em 1971, no livro “Confessions of a Workaholic”. Ele é uma alusão ao alcoholic ou, em português, alcoólatra. Popularizou-se a partir da década de 1990 e designa profissionais literalmente viciados em trabalho. A dedicação exagerada ao ambiente corporativo, contudo, significa ser mais produtivo?

Assim como qualquer outro vício, as consequências surgem cedo ou tarde, proporcionalmente ao uso da “droga”, segundo a psicóloga Maria Terezinha Tomasia. “Caso o indivíduo deixe o vício por trabalho ganhar proporções avassaladoras, ao longo do tempo isso afeta diretamente a saúde física e psicológica”, afirma. Por isso, como consequência, a produtividade profissional é atingida.

O excesso de atenção ao trabalho, além de ser prejudicial no curto prazo, também pode causar sérios problemas no decorrer da vida, ainda de acordo com a psicóloga. “Na medida em que o workaholic deixa o trabalho invadir outras áreas da vida, como a família, os amigos e o ócio, gradativamente há uma perda de qualidade de vida”, explica. “Isso pode levá-lo a problemas de saúde, afastamento de familiares e amigos e até a perda do próprio emprego, em função do desequilíbrio emocional.”

Pós-graduada em gerenciamento de pessoas, Terezinha atua em recursos humanos há mais de 13 anos e revela que, ao contrário do que se supõe, as empresas não são unânimes em relação à preferência por workaholics. “As corporações têm cobrado cada vez mais inteligência emocional dos colaboradores, e ser viciado em trabalho, de certa forma, é uma manifestação de que algo não está bem emocionalmente”, argumenta.

O comportamento dos workaholics, segundo a profissional, é outro fator que pode afetar a produtividade da empresa como um todo. “Em alguém com esse perfil, é comum encontrar características como não ser empático, ter estresse exagerado, ser autoexigente em excesso e geralmente exigir muito dos outros também”, exemplifica Terezinha. Para ela, a menos que trabalhem com outros workaholics, essas pessoas não são boas para atuar em equipe.

Lado bom

Afirmar que ser workaholic é ruim em todas as situações, contudo, pode ser um engano. Segundo hipótese criada por Maria Terezinha Tomasia, um jovem solteiro e com bastante tempo disponível pode obter vantagens na vida profissional justamente por ter esse perfil.

Ela considera que, nessa etapa da vida, as circunstâncias tornam o vício por trabalho uma característica que pode gerar benefícios. “Mas seria bem diferente se ele tivesse outros papéis para desempenhar, como o de pai ou marido, e em função do exagero não conseguisse se fazer presente”, ressalta.

Além do momento no qual a pessoa vive, também existe uma versão positiva do workaholic.

O conceito worklover, criado pelo psicólogo organizacional brasileiro Wanderley Codo, define profissionais apaixonados pelo trabalho, mas que impõem limites. Indivíduos com esse perfil são capazes de dedicarem-se com afinco à empresa e ainda manterem relações saudáveis com a família e os amigos. “Dentro desse conceito, a diferença crucial é que o workaholic sofre, fica angustiado, tem ansiedade excessiva e deprecia os relacionamentos interpessoais”, explica Terezinha Tomasia.

Para ela, “o worklover é um profissional motivado, que tem autocontrole, é feliz e possui uma mola propulsora que o leva ao sucesso, porque se sente realizado naquilo que faz.”

Rota de fuga

Na tentativa de inibir que a “versão negativa” do vício por trabalho se desenvolva - o workaholic – especialistas sugerem alternativas peculiares. Estudo recente realizado na Alemanha, na Universidade de Goettingen, revelou que, entre os 32 mil homens e mulheres pesquisados, mais de 35% deles costumavam usar o trabalho como refúgio para os problemas sexuais.

Para piorar o cenário, aqueles que não mantinham relações sexuais constantes apresentaram indícios ainda mais fortes de vício por trabalho. Segundo a pesquisa, fazer sexo no mínimo duas vezes por semana é uma maneira efetiva de evitar que o indivíduo se torne um workaholic.

Já para a consultora Patrícia Simões, antes de procurar por métodos para evitar o vício, é preciso identificar onde está o problema. “É necessário enxergar se a pessoa consegue desempenhar tudo o que gostaria”, diz. “O primeiro passo é fazer a análise, parar para pensar.”

Depois, caso haja necessidade, Patrícia, que também é psicóloga, recomenda que o indivíduo busque tratamento profissional. “Às vezes a pessoa pode precisar de ajuda externa por não conseguir enxergar a vida dela como realmente é”, argumenta. “O importante é prevenir, porque para corrigir depois é muito mais difícil, assim como qualquer outro vício”, finaliza.

As 3 leis da reunião produtiva

As 3 Leis da Reunião Produtiva
Rodrigo Cardoso


Quantas vezes você já participou de reuniões intermináveis, prolixas, totalmente ineficazes?
E o pior, existem organizações que fazem reunião para tudo, a qualquer momento, sem nenhum planejamento, pois não existe liderança definida, todos participam das mínimas decisões. Isso torna a empresa improdutiva.
Os colaboradores precisam ter talento. Precisam estar no cargo certo. Precisam de autonomia para mostrar suas competências através de suas performances.
Em alguns casos a reunião é inevitável. Muitas vezes absolutamente necessária. Algumas reuniões são feitas periodicamente. Apenas alerto ao fato de não exagerar na dose.

Isso me lembra uma metáfora em que o diretor convocou uma reunião para discutir o incêndio que acabara de começar?

O gerente pergunta:

- Chefe, devemos chamar o bombeiro ou buscar um balde de água? O que o senhor acha?

O diretor responde:

- Preciso ter todos os dados para tomar uma decisão, qual a dimensão do Incêndio? Quanto de água vai gastar?

-....

Essa discussão não vai a lugar algum. O fogo já está se espalhando. Alguém tem que agir.


Portanto, para que sua reunião seja absolutamente produtiva ela deve seguir algumas Leis:


Primeira Lei: Ter objetivo definido.


Faz-se necessário a clareza de objetivos de cada tópico a ser discutido. O que se deseja na reunião. O que se espera como resultado, quanto tempo se tem disponível para cada tópico.


Dica:  Faça uma pauta clara, escrita e com tempo pré-determinado para cada assunto e distribua, divulgue para os participantes .


Segunda Lei: Priorizar tarefas.


O líder deve deixar claro, quanto tempo tem disponível para discutir cada assunto. Deve priorizar as tarefas importantes de acordo com o conceito da Tríade do Tempo, de Christian Barbosa, o maior especialista em gerenciamento de tempo no Brasil.


Dica:  Enumere os assuntos por ordem de importância .


Terceira Lei: Delegar e Cobrar.


Avalie quais talentos devem participar da reunião. Convoque a equipe. Certifique-se de que as competências necessárias estão participando. Delegue responsabilidade quando possível.
Lembre-se de cobrar os resultados na próxima reunião ou no término do prazo de cada tarefa.


Dica:  Registre os assuntos discutidos e tenha certeza de finalizar a reunião com metas a serem cumpridas, com prazos definidos e responsabilidades assumidas .


Utilize as Três Leis para uma reunião eficaz e experimente por si só o aumento da produtividade e a melhoria nos resultados.


Sucesso.

7 passos para uma reunião produtiva

7 Estratégias para uma Reunião Eficaz
Tom Terez


Eu tenho grandes planos para esta coluna. Eu estaria escrevendo sobre um excitante, encantador e energizante assunto. Mas alguma coisa aconteceu que mudou isso  alguma coisa que me faz ter um prazer tão grande como uma cirurgia abdominal: Eu fui participar de uma reunião.

Mais especificamente: Eu fui aprisionado em uma reunião. Nas dolorosas últimas duas horas, durante as quais eu me tornei convencido de que as leis da física foram de alguma maneira quebradas e causaram uma parada no tempo. Eu achei aquela reunião horrível.

Milhões de pessoas são da mesma forma trancadas em reuniões que são ladrões de tempo a cada dia de trabalho. De acordo com uma pesquisa recente realizada pela BetterWorkplaceNow, as pessoas gastam uma média de 9 horas por semana em reuniões. O que dá aproximadamente 500 horas por ano  e quem saberá quantas aspirinas.

Enquanto as reuniões não são o assunto mais excitante, elas são importantes porque elas preenchem boa parte do seu tempo. Mesmo que algumas melhorias aqui ou ali possam traduzir em reuniões melhores, mais rápidas e com menos dores de cabeça.

Minha recente experiência de 2 horas teve as armadilhas típicas de uma reunião: uma caixa de Donuts, café, uma bela mesa de conferência, conversa fiada sobre nada em particular. Eu era como um visitante para compartilhar alguns pensamentos sobre grupos de focalização com funcionários, mas ela se tornou mais uma reunião que foi preenchida com outros itens fora da agenda.

Estou enviando nesta coluna algumas estratégias. Primeiro, conduza uma verificação de realidade sobre o que está acontecendo em suas reuniões. O que está funcionando, o que não está e por que? Então faça alguma coisa sobre isso. Aqui estão 7 idéias prontas para uso, em caso de necessidade:

Se você não tem um propósito claro sobre a reunião, não faça a reunião. É impressionante quantas reuniões são feitas porque sempre foram feitas. Os grandes réus são aqueles  algum dia, algum tempo que as pessoas  entalham em seus calendários. Para cada reunião, tente vir com um declaração convincente que descreva o propósito da reunião e identifique no mínimo 1 resultado esperado. Se nada que vale a pena, vir à tona, a mesma coisa acontecerá na reunião.

Faça uma pauta com seriedade, mas não muito seriamente. Existem vezes quando desvios de rumo são benéficos e certas questões que devem ser priorizadas. É um julgamento que deve ser feito toda vez, mas algumas vezes a pauta pode ser jogada pela janela.

Não use reuniões para tomar decisões que já foram tomadas. Vamos encarar os fatos, alguns gerentes convocam pessoas e tentam fingir uma decisão de grupo, quando ela já foi previamente decidida (Claro que você nunca viu isso!). As pessoas vêm equipadas com poderosos indicadores para manipular o grupo. Se você simplesmente quer informar alguma coisa, salve tempo de todos e use um memorando interno ou e-mail para fazer isso.

Reconheça o poder do diálogo, e construa ele nas suas reuniões. Quando seis pessoas estão em volta de uma mesa, é como ter seis supercomputadores prontos para ação. De fato, as pessoas são bem melhores computadores porque elas têm corações. No caso de  conduzir a reunião,  facilite a sessão. No lugar de fazer afirmações, faça perguntas. No lugar de fazer objeções, faça mais perguntas.

Observe você mesmo. Eu estou falando demais? (Com cinco pessoas na reunião, você precisa de um excelente motivo para falar mais de 20% do tempo). Você está evitando participar? (Se sim, não reclame depois das suas idéias nunca serem ouvidas). Você está ouvindo para entender ou está apenas coletando informação suficiente para criar um contraponto? O que você diria sobre você se você estivesse sentado do outro lado da mesa na sua frente? Se você não pode ser objetivo ou honesto com essas questões, pergunte para um amigo que está na mesma reunião.

Amarre cada reunião com uma avaliação do grupo. Chame o grupo para si e faça um feedback do que aconteceu na reunião. O que poderia ter sido melhor, o que pode ser feito diferente na próxima reunião. Comprometa as pessoas em melhorias práticas nos próximos encontros.

Anote com inteligência. Uma reunião de uma hora de duração deve preencher uma ou duas páginas de anotações no máximo, essas devem ser circuladas aos participantes em até 2 dias depois da reunião. Use essas anotações para acompanhar e divulgar os principais pontos da discussão, decisões e acordos.

Liderança

Liderar para cima é uma arte
Dave Ulrich afirma que a boa liderança é aquela que inspira, empolga, envolve e dá autonomia
Por FERNANDA BOTTONI

Dave Ulrich, um dos maiores especialistas em gestão de pessoas do mundo, acredita que alguns líderes tenham perícia e sabedoria para influenciar seus próprios chefes. Professor de negócios da Ross School of Business , da Universidade de Michigan, e co-fundador do Grupo RBL, consultoria que presta serviços aos maiores executivos de RH do mundo, ele já publicou mais de 100 artigos e 20 livros sobre o assunto. Em seu mais recente trabalho, O Código da Liderança (Editora BestSeller), escrito em parceria com Norm Smallwood e Kate Sweetman, o guru americano afirma que a boa liderança é aquela que inspira, empolga, envolve e dá autonomia. De acordo com ele, um dos maiores erros que os líderes cometem hoje em dia é o de se tornarem orgulhosos e arrogantes, quando deveriam ser humildes e abertos para aprender. Veja o que ele diz a seguir, em entrevista exclusiva concedida a VOCÊ S/A.

Um grande líder consegue liderar o chefe?
Gerenciar os superiores é uma arte. Ela exige que o subordinado saiba exatamente do que o chefe precisa e saiba também demonstrar que pode ajudá-lo a alcançar o que quer. A influência de baixo para cima não se dá por cargo ou tempo de empresa, mas por perícia e sabedoria. Quando o subordinado consegue fazer o gestor atingir seus objetivos, ele se torna uma influência positiva. Essa tarefa muitas vezes exige humildade, para não assumir o crédito pelo trabalho que é realizado.
Qual é o desafio número 1 na liderança? E seu maior inimigo? A liderança está relacionada à construção da próxima geração de líderes e à garantia de que os potenciais líderes tenham aptidões e capacidades sob medida para o futuro, mais do que para o presente. Para isso, é preciso que o líder se cerque de pessoas diferentes dele. É tentador e fácil para um líder rodear-se de gente que pensa e age como ele, mas isso não cria sucessores. Os líderes também devem tomar cuidado para se cercar de indivíduos muito talentosos. Às vezes isso significa mais diálogo, debate, discórdia e discussão, mas essa mistura é que leva aos melhores resultados no longo prazo.

Quais são os erros mais comuns que os grandes líderes cometem?
Eu destaco três. Primeiro, eles esperam que o futuro seja como o presente. Marshall Goldsmith e outros falam que o que trouxe você até aqui não vai levá-lo até lá. A afirmação é muito verdadeira. Muitas vezes o que ajudou um profissional a ter sucesso no passado não é o que será crítico para ele no futuro. O segundo é o líder se tornar orgulhoso e arrogante, quando deveria ser humilde e aberto para aprender. Isso ocorre quando o líder começa a se concentrar em si mesmo mais do que nos outros, quando fica fechado para novas ideias, quando tem mais respostas que perguntas, quando está mais preocupado com o consumo do que com a produção e quando seisola em vez de se conectar com os principais interessados. Esse comportamento gera mau julgamento e más decisões. Por fim, o terceiro erro é o de esquecer que, por definição, a liderança é um esporte de equipe. Não é individual. A liderança não é apenas o que eu faço, mas o que eu consigo realizar com os outros e por meio deles. Fazer com que as pessoas se sintam bem com seu trabalho é crítico na liderança.

Qualquer pessoa pode desenvolver as cinco regras para liderar que o senhor menciona em seu livro?
Acreditamos que as pessoas têm predisposições, ou coisas pelas quais elas são mais atraídas. Por exemplo, eu sou mais predisposto a trabalhar em questões estratégicas. Mas as pessoas podem aprender técnicas que lhes permitam participar plenamente de todos os cinco domínios da liderança. Eu posso aprender a gerenciar melhor os talentos ou a desenvolver o capital humano. A pesquisa sobre liderança mostrou que metade dessa capacidade é inata, é a nossa predisposição. A outra metade representa coisas que podemos aprender e dominar.

Que perguntas um profissional pode fazer para si mesmo para se tornar um bom líder?
Ele deve se perguntar primeiramente se realmente quer liderar. A liderança tem um preço. Ela exige o abandono da autonomia pessoal e de alguns relacionamentos. Também pode exigir o aprendizado de novas técnicas que estão fora da sua zona de conforto. Pode ainda pedir que o profissional assuma riscos pessoais e profissionais. Depois, a pessoa deve se perguntar quais são suas forças e fraquezas na liderança. Que dimensões da liderança ocorrem mais naturalmente para ela? Quais são as áreas em que pode ter sucesso gastando menos energia? Por fim, é preciso se perguntar quais são os resultados que mais deseja obter. Quem são as pessoas que me seguem como líder? Como posso garantir que meu trabalho supra as necessidades e expectativas dessas pessoas?

E qual é o oposto de liderança?
Pergunta capciosa. Não é o acompanhamento, porque os seguidores fazem os líderes terem sucesso, e vice-versa. Também fazemos distinção entre o líder como indivíduo e a liderança como uma capacidade dentro da empresa. No entanto, essas são extensões da liderança. O oposto de liderança, provavelmente, é a falta de objetivos e a inércia.

exame/blogs/manualdoexecutivoingenuo

exame/blogs/manualdoexecutivoingenuo

Mantenha seus inimigos por perto
Por Adriano Silva | 29/07/2009 - 09:53
Ouvi essa esses dias e adorei. "Keep your enemies close". A frase teria sido dita por Winston Churchill. E representaria um dos floretes com os quais Churchill esgrimou a sua arte política: fique perto dos seus adversários para poder monitorá-los, controlá-los. Isso me bateu sobremodo porque minha reação natural é sempre afastar gente que eu não gosto, é sempre ficar longe de quem me oferece perigo. Eu imaginava que isso era lógico: tem uma pá de gente nesse mundo com quem eu simplesmente não quero contato. São pessoas que não valem a pena, que tisnam as boas energias do mundo com matizes que eu reprovo. Sempre me pareceu que estar próximo de pessoas assim era um exercício de masoquismo. Quando não um ato suicida.

Winston Churchill, se é que ele é mesmo o autor desta máxima, não pensava assim. Para ele, ficar longe dos inimigos equivale a dar as costas a eles. E eu um pouco me enxergo sob esta perspectiva, ignorando olimpicamente adversários, ou simplesmente gente que me trata com hostilidade e antipatia, pessoas que seguramente não terão a mesma grandeza de me oferecer essa indiferença magnânima de volta e, ao contrário, muito provavelmente aproveitarão o meu virar de costas para operar ali, à sombra, em silêncio, apartada do meu campo de visão, todo tipo de sortilégios.

É seguindo esta lógica de Churchill que você vê, e eventualmente não entende, gente que se detesta trabalhando junto. Ou um cara empregando o filho ou alavancando a carreira da mulher do seu pior inimigo. Ou pessoas que não se bicam sorrindo falso uma para outra e fingindo, até para si mesmas, que conseguem ficar mais de 15 minutos no mesmo recinto. Ou aquele chefe que tiraniza um colaborador talentoso mas que não o deixa sair de jeito nenhum para outro departamento.

Reconheço o requinte da estratégia de manter seus inimigos por perto. Infelizmente, para mim, ela não tem uso. Não tenho estômago para isso.