Falta de compreensão com os efeitos da sobrecarga de tarefas e inflexibilidade são características típicas de um líder intransigente. Nesse caso, o chefe pode se tornar uma ameaça ao sucesso da equipe que comanda
Natalia Kfouri/MBPress
A produtividade de um grupo, sua motivação e harmonia estão diretamente ligadas ao seu líder. Todo profissional tem prazos, metas e objetivos a cumprir, e normalmente quem os determina, além da demanda, é aquele que ocupa a função de liderança.
O grau de abertura para negociar as prioridades, propor novas diretrizes e fazer questionamentos depende do perfil adotado pelo chefe. E, de todos os perfis, há um que pode ser extremamente prejudicial ao grupo: o intransigente.
Segundo o consultor Paulo Calla, da Holos Assessoria Empresarial, de Campinas (SP), um líder intransigente pode causar efeitos negativos, levando muitas vezes ao fracasso grupos inteiros de profissionais. “E não por falta de capacidade, talento ou potencial desses colaboradores, mas por falta de sensibilidade, segurança e espírito de liderança”, diz.
Em meio a uma rotina dinâmica, pressão do tempo, cobranças e inúmeras tarefas inadiáveis, é possível que qualquer um já tenha passado por uma situação desconfortável diante do superior. “Já houve casos em que o prazo que me deram não era suficiente. Percebi que precisaria de mais tempo e, antecipando o fato, foi possível negociar com minha gerente a data de entrega. Eu a considero uma pessoa bastante flexível, o que ajuda bastante no diálogo”, conta Leandro Ribeiro, estagiário de administração do Unibanco, em São Paulo.
Porém, quando existe incompreensão, burocracia excessiva, regras rígidas e falta de flexibilidade por parte dos superiores, o nível de estresse pode se elevar de forma significativa. “É fundamental para a estabilidade de qualquer empresa ter um líder bem preparado, que consiga enxergar as necessidades, o potencial e o melhor de cada indivíduo”, explica Ana Maria Turttino, psicóloga da Macro Psicologia Empresarial.
Para ela, o líder deve ser otimista, incentivar, instigar e desafiar o grupo, mas sempre de maneira saudável. “O ideal seria que ele abrisse espaço para discussão em busca de novas idéias e alternativas, valorizando a criatividade e proatividade”, complementa.
Mas nada disso é possível com líderes centralizadores e individualistas, que cobram e sobrecarregam seus funcionários de forma abusiva. Ao contrário, pessoas com esse tipo de perfil costumam gerar tensão, insatisfação e baixos índices de produtividade entre os colaboradores de uma empresa.
Na opinião do consultor Paulo Calla, iniciativas que ajudem o subordinado a se planejar e gerir de maneira eficaz a rotina de trabalho são mais promissoras que imposições e prazos quase impraticáveis. “É importante que aquele que comanda compreenda que não é um elemento isolado; ao contrário, é parte da equipe e deve conduzir o grupo em prol de objetivos comuns. Deve ter a consciência de que todo ser humano possui um ritmo próprio e natural de trabalho”, resume.
Cargos de chefia, enfim, exigem qualidades profissionais e também pessoais. Afinal, trata-se da “arte” de lidar com pessoas. Nesse aspecto, certa dose de humildade é fundamental.
Chefes ruins elevam o risco de doenças em funcionários, revela pesquisa
Um estudo recente do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo, na Suécia, mostra que chefes arbitrários elevam o estresse no ambiente de trabalho e podem também aumentar o risco de doenças cardíacas em seus funcionários.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores pediram aos participantes que avaliassem o estilo de liderança de seus gerentes em áreas como clareza no estabelecimento de objetivos para seu pessoal e habilidade de comunicar e dar um retorno ao funcionário da avaliação do desempenho pessoal. Quanto mais competentes os funcionários consideravam seus gerentes, mais baixo seu risco de sofrer problemas cardíacos graves.
Ainda de acordo com a pesquisa, quanto mais tempo um funcionário trabalhava sob o comando de um mau gerente, maior a ameaça à saúde. Os que trabalhavam por quatro anos ou mais nessas condições apresentaram um risco 64% maior de desenvolver doenças cardíacas.
Os pesquisadores sugerem que as empresas tomem medidas para melhorar o desempenho de seus gerentes e que levem em conta a avaliação feitas pelos subordinados.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
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